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Como saber se preciso de terapia?

 

  • Antes de entender qual a importância da psicoterapia, é preciso entender como funciona o processo: a psicoterapia parte do princípio de que existem várias questões que podem ser resolvidas através da fala.

É claro que todos (as) nós já nos deparamos com situações em que a aflição e o sofrimento foram tão grandes que nós escolhemos dividir nossas angústias com pessoas queridas: amigos, família, cônjuges etc. Então, sendo assim, qual seria a diferença entre falar com quem gostamos e com um psicoterapeuta?

É inegável que a sensação de sermos acolhidos ou apenas escutados por pessoas queridas é extremamente prazerosa – sem contar que o ato de falar (ou escrever) por si só organiza os pensamentos e sentimentos. Além disso, a ideia de conversar com uma pessoa que de início é totalmente desconhecida para nós parece estranha, ainda mais quando se trata de assuntos tão íntimos, e por muitas vezes dolorosos, que sequer foram compartilhados com as pessoas à nossa volta.

Entretanto, o psicólogo é um profissional capacitado, que oferece uma escuta ativa, com empatia e livre de julgamentos, para que você tenha um espaço seguro e confortável o suficiente para apresentar suas questões. O vínculo com o profissional que vai sendo construído ao longo das sessões é fundamental para que o processo se torne cada vez mais confortável para você.

O psicólogo, tendo conhecimento sobre comportamento humano, pode te ajudar a aprender comportamentos novos e conhecer os que você já têm, para te ajudar com o que você deseja. Para isso, o profissional e o cliente trilham esse caminho juntos de forma segura, cautelosa, estratégica, e amparados pelo referencial teórico do profissional.

Por este motivo, é extremamente importante que você encontre um profissional com o qual você se sinta bem para iniciar o processo.

Tendo isso em vista, como saber se eu posso me beneficiar do processo de psicoterapia? Não existe uma resposta simples e correta: há muitas variáveis.

Alguns casos são um pouco mais óbvios: um sofrimento muito intenso, impossibilidade ou dificuldade de realizar tarefas básicas, existência ou desconfiança de algum transtorno mental ou psicológico, relacionamentos abusivos, término de relacionamento, ansiedade intensa, processo de luto, etc. Outros podem parecer, apenas à primeira vista, um pouco mais “simples”: dificuldade de impor limites nas situações, confusão sobre qual decisão tomar, dificuldade em se comunicar, pressão sobre a carreira, dificuldade em lidar com críticas, tentativa excessiva de agradar os outros, entre muitos outros exemplos que poderia citar.

Entretanto, vale lembrar que o processo de psicoterapia não é apenas para o alívio de sofrimento, mas também pela busca de uma vida que vale a pena viver de acordo com seus objetivos e valores, não no sentido de ausência de problemas e sentimentos, e sim uma vida em que o cliente sabe o que é importante para si mesmo, reconhece seus valores, preza pelo seu bem-estar, sabe lidar com adversidades (que são inevitáveis), cultiva relacionamentos saudáveis, se comunica melhor, toma decisões mais conscientes e alinhadas com seus princípios, etc.

É natural que haja um receio no início do processo, afinal não é fácil trilhar um caminho novo, ainda mais quando falamos de nossa história de vida.

Pode valer a pena conversar com pessoas que passam ou já passaram pelo processo, ou tirar suas dúvidas e dividir suas preocupações com um profissional.

Experimente!

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