Autoconhecimento é um termo que vem sendo muito utilizado, principalmente quando se trata de saúde mental. Mas você sabe o que isso significa?
Inicio a resposta com uma reflexão: o que você conhece sobre sua história de vida? Me refiro também ao que aconteceu antes mesmo de você nascer, ao preparo (ou não) para o seu nascimento. As expectativas sobre seu nascimento, as impressões que quem cuidou tinha de você quando bebê e criança, os apelidos, se começou a engatinhar cedo ou tarde, se falou dentro do período esperado, se era uma criança que chorava mais ou menos, etc. O que se sabe sobre a criação e educação dos seus pais, ou de quem te criou? O que você sabe sobre sua infância? Como sua família te descreveria? O que te contaram sobre você? Sua adolescência foi marcada pelo que? Do que você se lembra?
Bom, a essa altura esse texto quase soa como uma entrevista. Explico: olhar com curiosidade para nossa história de vida pode explicar grande parte dos comportamentos que aprendemos, e até mesmo ser o passo inicial para uma mudança de comportamento.
Esses tempos, tive a oportunidade de me sentar com meus pais e familiares mais velhos do que eu, que me contaram sobre histórias da nossa família, antes do meu nascimento ou até de épocas que eu era nova demais para entender o que acontecia ao meu redor. Foi interessante observar nos meus pais características adquiridas de pessoas que eu sequer convivi ou conheci, mas que também foram características ensinadas a mim e moldaram (e moldam) meus comportamentos.
B.F. Skinner, psicólogo que criou e investigou uma das principais teorias comportamentais utilizadas até hoje, disse: “O autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se tornou consciente de si mesma, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento”.
Entender o que antecede e o que acontece depois de cada comportamento emitido por você, desde antigamente até os dias atuais, é entender seu repertório. Entender seu repertório comportamental é primordial para que você desenvolva habilidades que estão em falta, se necessário. É importante também até para que você valorize quais comportamentos você quer ter com maior frequência, que te proporcionaram coisas boas.
Observar o passado é também, de certa forma, observar como você se comporta hoje. Saber o que te deixa ansioso, o que te deixa bravo, o que te deixa empolgado, bem como saber quais pensamentos são mais recorrentes dentro da sua cabeça, como você se comporta nos relacionamentos românticos, quem você é como amigo, dentre taaantas coisas, são dados importantíssimos para entendermos quem você é e o porquê se comporta de maneira x ou y.
É importante ressaltar que este texto não substitui uma psicoterapia. Um psicólogo capacitado te ajuda e conduz no processo, inclusive se ficar dolorido demais pensar e falar sobre assuntos tão delicados. Se for preciso, busque ajuda.